Este meu poema que segue abaixo ficou na segunda colocação dentre 2.500 candidatos num Concurso Organizado pela Vivara Editora. Recebi 10 exemplares da Antologia que contém os 250 melhores poemas dentre estes 2.500. A Antologia vai ser divulgada por todo o Brasil. A Editora publicou 5.000 exemplares da Coletânea dos poemas selecionados. Abaixo do poema, segue um breve resumo, explicando o texto, feito pela própria autora.
DORMINDO NO VERBO
Autoria: Alexandra Vieira de Almeida
Dormindo no verbo
logaritmo do vazio
espera o anoitecer em branco
Entre a verdade e a palavra
escolhe as letras equilibristas
que morrem no abismo
Mesmo o atalho para as pedras
o fez vacilar entre o gesto e a crença
Saliência de palavras
que mancha o papel taciturno
Na noite esquelética
os livros dão carne para os outros
ávidos por dançar no salão da matéria
O verbo se fez carne
a matéria se fez palavra
prestes a preencher
a vida dos outros
inimigos da sombra
que se desfaz em sonho
Dorme na coagulação do sangue
corpo que se move no vazio
da atmosfera escassa do osso
Carnaliza os vazios da noite
para se fazer dia do verbo encarnado
Dorme, dorme
e espera
na entrega do verbo
para os outros com insônia
O verbo se preenche de carne
manchando as páginas em branco
que esquálidas, tiram a fome
de anos e anos de espera.
que morrem no abismo
Mesmo o atalho para as pedras
o fez vacilar entre o gesto e a crença
Saliência de palavras
que mancha o papel taciturno
Na noite esquelética
os livros dão carne para os outros
ávidos por dançar no salão da matéria
O verbo se fez carne
a matéria se fez palavra
prestes a preencher
a vida dos outros
inimigos da sombra
que se desfaz em sonho
Dorme na coagulação do sangue
corpo que se move no vazio
da atmosfera escassa do osso
Carnaliza os vazios da noite
para se fazer dia do verbo encarnado
Dorme, dorme
e espera
na entrega do verbo
para os outros com insônia
O verbo se preenche de carne
manchando as páginas em branco
que esquálidas, tiram a fome
de anos e anos de espera.
O poema "Dormindo no verbo" é um texto metalinguístico, pois fala do próprio ato de fazer poético. Meus texto se carateriza pelo uso da analogia entre coisas opostas, misturando o material e o sublime. Neste poema, a literatura se caracteriza por sua materialidade, pois o verbo se preenche de carne, ou seja, a poesia, o texto, se concretiza na própria vida. As coisas do mundo se relacionam no poema, pois a poesia em questão mostra que aquilo que era esquálido, o osso, o sem-vida adquire materialidade a partir da imaginação do poeta que dá vida aos versos poéticos. Misturando o esquálido, o osso, e a carne, o preenchimento, as palavras se caracterizam, ao mesmo tempo pela presença e pela ausência de matéria, porque ao pronunciarmos a palavra substituímos as coisas pelos sons e imagens que se constroem pelo autor. Por outro lado, esta mesma ausência revela vida, dinamismo, corpo pelas imagens carnais que o poeta vivifica.
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